Este VER além, Ver acima, Ver a Vida de forma mais serena, muito além dos emaranhados, das dores e também podendo observar propósitos muito maiores do que apenas as revelações das dinâmicas ocultas, que podem esclarecer as repetições que sofremos vindas como uma avalanche poderosa que não conseguimos controlar ou apenas mudar por nosso esforço em fazer diferente.
Ver onde somos humanos, iguais e o quanto repetimos historias de nossos ancestrais longínquos, observar que não repetimos apenas modelos, mas sim resultados, percebemos mudanças de comportamentos, mas mantemos crenças.
Em uma dessas experiências, uma pessoa que se tornou uma amiga muito querida e admirável, me honrando com confiança e permissão ao realizar uma Constelação através do meu campo de trabalho, uma Mexicana, vivendo no Brasil, foi estimulada a mais um olhar para suas origens, visando a reverência de seus antigos ancestrais na Terra dos Maias e Astecas, que deixaram um imenso legado de cultura e principalmente a ligação espiritual que mantinham em suas práticas.
Ao retornar para uma visita a sua Terra Natal, gentilmente me convidou a conhecer, além de sua família Terrena, um tanto dessa cultura ancestral.
Uma oportunidade indescritível para mim!!
Aqui compartilho um ponto alto desta viagem, que me trouxe uma CURA.
Ao visitar Teotihuacan, que significa "o lugar onde foram criados os deuses", uma cidade no início da Era, construída pelos Toltecas, tive uma experiência inicial muito dolorosa, acessando memórias ancestrais de dor e medo, logo ao entrar no sítio arqueológico, fui inundada de uma crise de ansiedade, de uma emoção inexplicável, uma gastura...
Mas, com apoio desta amiga, dei conta de continuar o que seria, inicialmente, apenas um passeio turístico.
Como uma viagem como esta não é comum para mim, estava eu, tão entusiasmada, feliz e até desacreditando que um dia estaria neste lugar, que demorei um tanto a perceber o que se passava, acho até, que só fui conceber de fato a experiência de expansão de consciência um tempo depois.
Andamos por lá, e subi na Pirâmide da Lua, no Ápice desse lugar, vislumbrando a vista amplamente, me deu uma sensação de deslocamento de tempo, de êxtase, de alegria, suspirei e procurei registrar o momento, mas a ansiedade bem presente.
Posteriormente, seguindo pelo caminho, tinha a sensação de ouvir gritos, um mal estar, que não era apenas pelo sol escaldante daquele dia, um cansaço no corpo, além da chateação de um vendedor ambulante, que por fim me venceu, me convencendo a comprar artefatos, que aliás, foi bom, pois fiquei bem feliz com a compra da linda lembrança que mantenho até hoje.
Assim, chegamos diante à Pirâmide do Sol, com o objetivo de subir ao seu cume.
Aumentou a ansiedade, mas em meio a tantas pessoas, o sol forte, fotos, entramos numa longa fila, e eu seguindo o fluxo natural...
Aí começamos a escalada, do primeiro patamar, com degraus altos e um tanto estreitos, minha amiga magrinha e ágil, disparou na minha frente, eu mais pesada, mais lenta, emocionada, dentre outras sensações, fui subindo devagar e com certa dificuldade.
Chegando no primeiro platô, ela me esperava sorridente ao lado da fila que continuaria a jornada de subida, mas para a sua surpresa, cheguei e comecei a chorar copiosamente, ela me abraçou fortemente e disse: Eu estou aqui com você...
Foi o suficiente para eu expressar, “Não quero continuar”, “Não dou conta de subir”...
Ela amorosamente responde que não era necessário, que estava tudo bem parar por alí...Respirei e fomos dar uma volta por aquele patamar que atingimos.
Aos poucos fui me dando conta de tanta coisa ao mesmo tempo, que fiquei atordoada.
Me dei conta, que eu não precisava mais atingir um determinado ponto, porque todo mundo estava indo nessa direção, que eu não precisa dar conta porque a maioria dava conta, que eu não precisava provar nada pra ninguém, muito menos tirar foto mostrando que cheguei ao cume, percebi que passei muitos anos da minha vida, me quebrando, me machucando para mostrar minha força, minha capacidade, para ser reconhecida, ser aceita e admirada e principalmente amada.
Então eu disse: CHEGAAAA!!
Não quero mais isso para minha vida...
Chega de Sacrifícios!!
Lá é um lugar de tradições de sacrifícios humanos, eu acessei essa memória, essa lembrança,
ouvi os gritos de horror...
Ao perceber que era isso que me angustiava e que nada ou ninguém estava me obrigando a nada, que apenas dentro de mim, colocava essas metas, em busca de pertencimento e reconhecimento, uma sensação de extremo alívio e consciência tomou conta de mim.
Minha CURA, foi dizer não ao objetivo inicial, não ao Cume e aceitar que eu não precisaria sofrer para realizar, disse Não ao sofrimento, a Dor e ao Medo.
Claro, não quero afirmar aqui, que deixei absolutamente tudo lá, a despeito desta memória e compreensão.
Mas lá, eu mudei profundamente!!
Não estou mais disponível a me lançar como sacrifício...
O Espiritual em mim, me liberta, me acolhe e me ensina, a cada passo da minha jornada!! Me sustenta, me protege, mas me trata como adulto e não faz por mim e dentro das minhas possibilidades de realizar, eu tomo o caminho...
Assim É!!
Aqui de cima eu Vejo Tudo...
EU SOU, EU SOU, EU SOU!!
Sonia Monteiro
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