top of page
  • Foto do escritorSonia Monteiro

A história quase trágica de um terno elfo

Vou te contar uma história!!

É importante!! Leia com atenção...


Era uma vez um elfo terno e pequenino.

Era um elfo muito feliz.

Era inteligente e curioso e conhecia os segredos da vida.

Por exemplo, ele sabia que o amor era uma escolha, que o amor implicava em trabalho árduo, que o amor era o único caminho.

Ele sabia que podia fazer coisas mágicas e que sua forma única de magia se chamava criatividade.

O pequeno elfo sabia que enquanto ele estivesse realmente criando não haveria violência.

E ele conhecia o maior segredo de todos - que ele era alguma coisa e não coisa nenhuma.

Sabia que era um ser e que ser era tudo.

Isso chamava-se o segredo do Eu Sou.

O criador de todos os elfos era o Grande Eu Sou.

O Grande Eu Sou sempre foi e sempre será.

Ninguém sabia como ou por que isso era verdade.

O Grande Eu Sou era totalmente amoroso e criativo.

Outro segredo muito importante era o do equilíbrio.

O segredo do equilíbrio significava que todas as coisas são uma união de opostos.

Não existe vida sem morte física, nem alegria sem tristeza, nem prazer sem dor, nem luz sem trevas, som sem silêncio, bem sem mal.

A verdadeira saúde é uma forma de unidade.

O grande segredo da criatividade consiste em equilibrar uma energia primitiva e não focalizada com uma forma que permita a existência dessa energia.

Um dia nosso terno elfo que, a propósito, chamava-se Joni, ficou sabendo de outro segredo.

Um segredo que o assustou um pouco.

Ficou sabendo que devia cumprir uma missão antes de poder criar para sempre.

Devia compartilhar seus segredos com uma tribo de ferozes não-elfos.

Você compreende, a vida do elfo era tão boa e tão maravilhosa que o segredo dessa vida precisava ser compartilhado com aqueles que não sabiam nada sobre maravilhas.

A bondade quer ser compartilhada.

Cada elfo foi designado para uma família da tribo dos não-elfos ferozes.

A tribo dos Snamuh.

Os Snamuh não conheciam nenhum segredo.

Eles desperdiçavam seus Eus.

Trabalhavam sem cessar e só pareciam vivos quando estavam fazendo alguma coisa.

Alguns elfos os chamavam de Fazer.

Eles também matavam uns aos outros e faziam guerras.

Às vezes, nos eventos esportivos e nos concertos musicais, eles se atropelavam e se matavam.

Joni entrou na sua família Snamuh em 27 de outubro de 1962, às 20h15min.

Não tinha idéia do que o esperava.

Não sabia que teria que usar cada grama da sua criatividade para contar a eles seus segredos.

Quando ele nasceu, recebeu o nome de Snamuh de Farquahar.

Sua mãe era uma bela princesa de 19 anos, dominada por uma necessidade de representar.

Era vítima de uma estranha maldição.

Tinha uma lâmpada de néon acesa na testa e sempre que ela tentava brincar, divertir-se ou simplesmente existir, a luz piscava e uma voz dizia "Cumpra seu dever".

Ela não podia nunca ficar sem fazer nada e apenas ser.

O pai de Farquhar era um rei baixo mas muito belo.

Ele também era vítima de uma maldição.

Era atormentado pela mãe, uma bruxa muito má, Harriet.

Ela vivia no ombro esquerdo dele.

Sempre que ele tentava apenas ser, ela gritava e esbravejava.

Harriet estava sempre mandando o rei fazer alguma coisa.

Para que Farquhar pudesse contar aos pais e aos outros seus segredos, era preciso que ficassem quietos e parassem de fazer, o tempo suficiente para ouvi-lo.

Mas eles não podiam fazer isso.

A mãe, por causa da lâmpada, e o pai, por causa de Harriet.

Desde o momento que nasceu Farquhar ficou sozinho.

Uma vez que tinha o corpo de um Snamuh, ele sentia como um Snamuh.

E em razão do abandono, ele ficou furioso, profundamente frustrado e magoado.

Ali estava ele, um terno elfo que conhecia os grandes segredos do Eu Sou... e ninguém o ouvia.

O que ele tinha para dizer era gerador de vida, mas seus pais estavam tão ocupados fazendo seus deveres, que não podiam aprender com ele.

Na verdade, seus pais eram tão confusos que pensaram que sua obrigação era ensinar Farquhar a fazer o seu dever.

Sempre que ele deixava de fazer o que eles pensavam que era seu dever eles o puniam.

Às vezes o ignoravam, mandando-o para o quarto.

Às vezes gritavam e batiam nele.

Na verdade, o que Farquhar mais detestava eram os gritos.

Podia suportar o isolamento e as surras eram rápidas e acabavam depressa, mas a gritaria e aquela repetição incansável de que ele devia fazer o seu dever, o atingiam tão profundamente que ameaçavam sua alma de elfo.

Não se pode matar a alma de um elfo porque ela é parte do Grande Eu Sou, mas ela pode ser tão dolorosamente ferida que é como se não existisse mais.

Foi o que aconteceu com Farquhar.

Para sobreviver ele desistiu de partilhar com seus pais sua mensagem, seus segredos e começou a agradá-los, fazendo o que eles mandavam.

Seu pai e sua mãe eram dois Snamuhs muito infelizes - na verdade todos os Snamuhs são infelizes, a não ser que aprendam os segredos dos elfos.

O pai de Farquhar era tão atormentado por Harriet que gastou todas suas energias para encontrar uma poção mágica que eliminava todas sensações.

Mas essa poção mágica não possibilitava criatividade.

Na verdade, eliminou toda a criatividade do pai de Farquhar e ele se transformou em um morto-vivo, um zumbi.

Depois de algum tempo ele deixou de voltar para casa.

O coração Snamuh de Farquhar se partiu.

Você compreende...

Todo Snamuh precisa do amor do pai e da mãe para que o elfo que vive nele possa partilhar seus segredos.

Farquhar ficou arrasado com o abandono do pai.

Assim, uma vez que o pai não podia ajudar mais a mãe, a lâmpada na testa dela piscava continuamente.

Com isso, cada vez mais ela gritava com Farquhar e o castigava.

Quando fez 12 anos, Farquhar tinha esquecido que era um elfo. Alguns anos mais tarde ele ficou sabendo da poção mágica que seu pai usava para não ouvir a voz de Harriet.

Aos 14 anos ele começou a usá-la com frequência.

Com 30 anos foi carregado para um hospital Snamuh.

No hospital uma voz o acordou.

Era a voz do ser da sua alma de elfo.

Pois, compreenda, por pior que sejam as coisas, a voz de um elfo sempre conclama um Snamuh para comemorar sua existência.

Joni jamais desistiu de salvar Farquhar.


Se você é um Snamuh e está lendo esta história, não esqueça, por favor, disso.


Você tem uma alma de elfo que está sempre tentando acordá-lo para ser você.

Quando Farquhar estava no hospital, finalmente ele ouviu a voz de Joni.

Isso foi decisivo.

E este é o começo de uma outra história muito melhor...


De Volta ao Lar

John Bradshaw


Por favor, acorde!!

Pretendo Fiar com você...

Sonia Monteiro

0 comentário
bottom of page